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Programa Alfabetiza Sergipe devolve dignidade e independência a mais de 4 mil sergipanos
Sergipe

Programa Alfabetiza Sergipe devolve dignidade e independência a mais de 4 mil sergipanos

Redação SE Por Dentro
Última atualização: 09/05/2025 21:02
Redação SE Por Dentro
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13 Min Leitura
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Mandar uma mensagem para um amigo, ler uma bula de remédio, assinar um documento, sacar dinheiro na agência bancária, escrever um bilhete ou ler uma notícia. Apesar de essas parecerem tarefas simples do dia a dia, para algumas pessoas ainda são sinônimo de desafio. De acordo com o último censo demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2022, em Sergipe houve uma diminuição de 25% no percentual de pessoas com 15 ou mais anos que não sabiam ler ou escrever, em relação ao Censo Demográfico anterior (2010). E pensando em reduzir ainda mais esses dados, o Governo do Estado criou o programa Alfabetiza Sergipe.

Implementado a partir da Lei Estadual n° 9.622/2025, o programa é destinado à alfabetização de jovens e adultos comprovadamente não alfabetizados com 15 anos ou mais. O objetivo é assegurar a essas pessoas o acesso ao pleno exercício da cidadania por meio da alfabetização. A iniciativa contempla, especialmente, pessoas que, por alguma adversidade da vida, acabaram se distanciando do caminho da educação e que, agora, têm a oportunidade de retomar a corrida em busca de seus sonhos.

É o caso das irmãs Josielze e Joelze Garcia Santos, de 51 e 54 anos, respectivamente, que decidiram, juntas, que não existe idade certa para aprender a ler e escrever. Mais que os laços de sangue e o sobrenome, elas compartilham a força de vontade e o desejo por uma vida melhor. Filhas de uma família com sete irmãos, elas precisaram, desde muito cedo, trabalhar para ajudar com as tarefas domésticas e as contas de casa, o que levou ambas a abandonarem os estudos após a 4ª série.

Atualmente dona de casa, Josielze conta que, apesar de todos os obstáculos, ela se orgulha da sua maior conquista: ter proporcionado acesso à educação aos seus três filhos, hoje, todos formados e independentes – uma enfermeira, uma professora e um mecânico. E foi por incentivo deles que ela buscou o Alfabetiza Sergipe, vendo no programa uma chance de realizar o sonho de se inserir no mercado de trabalho.

“Me casei muito nova e me dediquei só aos meus filhos. Agora, quero voltar a aprender de onde eu parei. Tem coisas que eu não sei. Não tenho uma boa leitura, não sei dizer as palavras corretas, então, quando eu soube desse programa, me alegrei muito. Agora, eu já sei juntar mais palavras, me atrapalho menos com as letras, estou melhorando com isso”, diz. Ela já vislumbra poder escrever um bilhete para alguém, uma mensagem digitada, sem ser por áudio. “Quando acabarem as aulas, não vou parar, vou dar continuidade porque nunca é tarde para aprender. Perdi muitas oportunidades porque não tinha escolaridade completa, mas eu creio que, apesar de eu já ter 51 anos, vou conseguir um emprego, ainda. A oportunidade que eu perdi lá atrás eu tenho certeza que eu vou recuperar”, pondera. 

Ao se inscrever no programa, Josielze não esqueceu da irmã, que, assim como ela, precisou dar prioridade ao trabalho e à criação dos filhos e acabou deixando a educação em segundo plano. “Sempre trabalhei muito, primeiro, em casa e, depois, como empregada doméstica, e os estudos ficaram sempre para trás. Tenho seis filhos, mas todos já em suas casas, uma, inclusive, na medicina, outro chefe em uma grande empresa. Um dia desses eu passei por um transtorno porque precisei levar meu marido ao hospital e não sabia preencher o formulário. Então, quando minha irmã soube desse programa, ela me inscreveu também, e eu fiquei muito feliz. Eu quero chegar além e ser uma advogada. É a minha vontade”, relata Joelze.

Quem também viu no Alfabetiza Sergipe uma chance de recomeçar foi o borracheiro Gilberto Barbosa, 60 anos. Natural de São Paulo, ele cresceu em Graccho Cardoso, no médio sertão sergipano, onde a família trabalhava com agricultura, e há mais de 20 anos se mudou para Aracaju, onde se consolidou e criou seus quatro filhos. Trabalhando desde cedo no campo, ele não teve a oportunidade de concluir os estudos. “Perdi meu pai muito cedo, e trabalhávamos na roça. Eu tinha que ajudar minha mãe e meu três irmãos, tive que escolher ou a escola ou trabalho. Estudei um pouquinho, mas não deu para continuar; tive que ser ‘o homem da casa’”, detalha. 

Para ele, o programa se revelou uma oportunidade de recuperar sua independência em atividades simples do dia a dia e, mais do que isso, de ter uma nova perspectiva de futuro. “Antes, eu não sabia mexer em caixa eletrônico, também não sabia ver o nome nas placas da rodoviária quando ia viajar; esse negócio de Pix que eu não sabia como fazer, ainda peço ajuda aos meus filhos, mas, agora, já entendo melhor. Hoje, já faço tudo isso, anoto algumas coisas, já sei fazer conta. E, além de tudo, abriu a minha mente porque ela estava fechada desde que perdi minha esposa, que era o meu braço direito. Agora, estou me libertando”, conta.

Ele ainda comentou que ficou sabendo da iniciativa do Governo do Estado por meio da busca ativa realizada pela equipe da Secretaria de Estado da Educação (Seed), de porta em porta. “Uma servidora passou pela minha porta e minha filha estava perto, e disse: ‘Meu pai, se inscreva porque o senhor está em tempo ainda’. Então eu vim e gostei. Tenho um bom professor, muito educado, que ensina bem a gente. Estou lutando para me desenvolver”, acrescenta.

Com uma história de vida semelhante à dele, a auxiliar de serviços gerais Edineuza da Cruz, 54 anos, natural de Laranjeiras, também precisou ajudar os pais no trabalho no campo desde muito cedo e, por isso, não conseguiu estudar. Agora, ela retomou os estudos para, futuramente, correr atrás do sonho de se formar em Gastronomia. “Com uns 10 anos, cheguei a estudar em colégio de freira, mas só fiquei por uns três anos e logo saí porque eu tive que ajudar os meus pais e fui trabalhar. Depois, me casei e tive quatro filhos, daí fui trabalhar de doméstica para poder alimentar os meus filhos. Hoje, já são todos casados, trabalham, uma faz faculdade”, relembra. 

Apesar de as aulas do Alfabetiza Sergipe terem sido iniciadas há pouco mais de um mês, Edineuza acredita que o aprendizado obtido já a colocou mais perto do seu objetivo final. “Eu não sabia escrever direito, sempre ‘comia’ letras, e nesse pouco tempo já estou sabendo escrever. Para mim, está sendo ótimo. Eu estou muito feliz. A partir disso, eu pretendo ter minha profissão porque eu gosto muito de cozinhar e quero fazer uma faculdade para chegar ao meu objetivo de trabalhar com cozinha”, complementa. 

Educação transformadora

No Colégio Estadual Monsenhor Carlos Camélio Costa, localizado no bairro José Conrado de Araújo, em Aracaju, o responsável por ministrar aulas do Alfabetiza Sergipe é o professor Lucas Santos. Com experiência no ensino básico, ele aponta que alfabetizar jovens, adultos e idosos requer métodos específicos. “Trabalhamos com metodologias como palavras geradoras, separação de sílabas, identificação de letras e fonemas e, a partir disso, eles conseguem trazer um significado maior para o próprio aprendizado”, explica.

Segundo o professor e pesquisador de Educação, em pouco tempo, a turma já apresentou bastante evolução. “Eles chegaram com dificuldade em relação até a escrever o próprio nome e, agora, já estão com mais facilidade em identificar as palavras e letras. Ainda estamos desenvolvendo, claro, porque é uma questão de prática. Temos um trabalho extenso, mas eu consigo perceber que eles evoluíram, principalmente na parte da escrita”.

Outro avanço importante observado pelos educadores foi quanto ao medo de errar, antes muito presente entre os alunos, que tinham receio e vergonha de não saber escrever direito. “Tentamos deixá-los à vontade, para que eles entendam que aqui é um espaço para, a partir dos erros e dificuldades que eles apresentam, conseguirmos desenvolver isso de uma maneira que todo mundo consiga aprender no final”, considera o especialista.

A diretora do Colégio Estadual Monsenhor Carlos Camélio Costa, Sabrina Mendonça, sintetiza que o Alfabetiza Sergipe é, antes de tudo, uma ferramenta de inclusão social. “Esses alunos, muitas vezes, foram submissos por não saberem ler e não tiveram a qualidade de vida que mereciam. Vemos pessoas que já acreditavam que não iriam mais ter essa oportunidade, que achavam que não iriam conseguir ter uma mudança de vida e, hoje, estão saindo alfabetizadas, escrevendo os seus nomes, criando oportunidades dentro da sociedade, exercendo o papel de cidadania. Eles vão poder compreender melhor o mundo em que eles estão inseridos, vão entender o que as pessoas estão conversando com eles, vão poder ler um documento sem precisar da ajuda de terceiros”, reforça. 

Educação continuada

O Alfabetiza Sergipe conta com 275 turmas ativas e 4.100 estudantes em processo de alfabetização, distribuídos em 92 escolas e espaços sociais que acolhem os participantes em suas próprias comunidades. O trabalho é conduzido por 244 alfabetizadores, selecionados e capacitados a partir de critérios técnicos e pedagógicos. “Nossa meta é, no final do biênio, alfabetizar, pelo menos, oito mil pessoas, e tenho certeza que vamos atingir esse número porque, só neste semestre, já temos mais de quatro mil pessoas em sala de aula”, indica o gestor do programa, Everton Pereira.

Ainda de acordo com o gestor, a ideia é atingir os mais de 240 mil sergipanos que não tiveram a oportunidade de aprender a ler e escrever. “São pessoas que não tiveram a chance de ir à escola ou foram e estudaram muitíssimo pouco, ao ponto de não saberem ler, por exemplo, palavras completas ou um parágrafo. É esse público que queremos atingir, e tem dado certo. Temos relatos de pessoas que não sabiam nem manusear um lápis e, agora, estão escrevendo seus nomes, lendo parágrafos completos”, reitera.

Neste sentido, segundo Pereira, o Alfabetiza Sergipe se diferencia da educação convencional para jovens e adultos por trabalhar especificamente com métodos de alfabetização, o que deve contribuir, inclusive, para que as pessoas beneficiadas pelo programa deem seguimento aos estudos posteriormente. “A quantidade de matrículas na modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA) tem diminuído drasticamente ao longo dos anos, justamente porque alguns municípios não trabalham com ciclos de alfabetização de adultos, matriculam essas pessoas que não sabem ler e escrever, e na EJA, o professor já pressupõe que ela sabe. Então, o aluno se sente desestimulado porque não sabe o básico do que está escrito. O que estamos fazendo é alfabetizar esses adultos num ciclo curto, de quatro meses, que é o ideal, e, posteriormente, vamos fazer campanhas de incentivo à matrícula no EJA nos anos iniciais”, finaliza o gestor do programa.

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